Há muito tempo o público esperava, com grande expectativa e ansiedade, a estreia de “Batman vs Superman: A Origem da Justiça”. O filme finalmente chega aos cinemas de todo o país nesta semana, trazendo em seus ombros a responsabilidade e o peso do glamour criado em torno de si mesmo, devido a sua enorme divulgação no mundo inteiro.
A direção, de Zack Snyder (“O Homem de Aço”, “Watchmen” e “300”), traz uma opção mais consciente e humanizada de seus protagonistas, dando ênfase aos receios, as dúvidas, preocupações, angústias e inseguranças que eles sentem. É uma abordagem um tanto arriscada, pois ao mesmo tempo em que uma parte do público pode se identificar com seus heróis, outros podem justamente achá-los fracos demais. O diretor também emprega uma narrativa bastante linear, devido ao roteiro de Chris Terrio (“Argo”) e David Goyer (“Homem de Aço”). A fotografia, de Larry Fong, dá um tom mais acinzentado e sombrio ao filme. A trilha sonora, a cargo de Hans Zimmer, é um pouco escandalosa, mas funciona bem em um filme de super-heróis, assim como os efeitos visuais que são em sua maioria convincentes.
O Superman de Henry Cavill é crível e consegue expressar bem suas emoções, mas é Ben Affleck que dá vida a um Batman totalmente verossímil e entrega uma atuação sólida, o que deve surpreender muita gente. Não podemos esquecer de Jesse Eisenberg que está ótimo como o vilão Lex Luthor, porém o grande destaque vai para a Mulher-Maravilha, de Gal Gadot, que simplesmente arrasa ao entrar em cena (muita gente irá vibrar nessa hora) roubando toda a atenção para si, em um dos momentos mais empolgantes do filme.
O longa, porém, possui alguns deslizes. O maior deles é explicar demais tudo o que está sendo exibido, não conseguindo assim, transparecer toda a sua emoção. Isso acaba deixando a trama um pouco exaustiva em suas 2 horas e meia de duração.
Por se tratar de um filme baseado no universo de heróis da DC Comics, e com um tom bastante diferente da mitologia estabelecida pelos filmes concorrentes, o melhor é ir vê-lo com a mente bem aberta, sem fazer comparações e saber analisar cada tipo de arte separadamente. O público que assim fizer, provavelmente não sairá frustrado do cinema. Talvez os mais radicais acabem torcendo o nariz e não saiam assim tão contentes das salas de cinema.
“Batman vs Superman: A Origem da Justiça” é um filme sombrio, que tem uma narrativa linear e longa, mas acaba entregando, em seu contexto, uma esperança do que está por vir.